Cherreads

Chapter 8 - CAPÍTULO 7

Drystan demorou mais para fazer isso, mas a mão de Isolde -que ainda estava em seu peito- tornava as coisas mais fáceis.

-Treine isso durante um tempo e vai ser tão automático quanto respirar. –Comentou a semi-feérica afastando a mão do seu peito.

-Obrigado.

Isolde deu alguns passos para trás, colocou as mãos junta a frente do corpo e abaixo dos quadris.

"Formar laços." Pensou Drystan. "Como eu faço isso?"

-Eu acho que as coisas vão mudar por aqui. –Falou Drystan distraidamente.

-Eu acho que sim...

A situação estava gerando um silêncio constrangedor, mas as coisas ficaram um pouco mais clara quando pensou o que seu pai faria naquela situação.

-Vi que você estava treinando. –Ela assentiu. –Eu fique um tempo de cama e acho que preciso aprimorar muitas coisas. A família Vieforce está um caos e tudo que pude fazer foi observar ela definhar junto comigo.

-Você acabou de ascender, acho que deveria esperar o médico fazer os exames e aí, depois disso, pensar nessas coisas.

Drystan queria fazer aquilo, queria entender tudo antes de dar qualquer passo, não era do feito dele andar no escuro, mas o pensamento de estar casado com aquela mulher fazia algo despertar nele. Lembrou das memórias do dono daquele antigo corpo, uma mulher que tinha uma conexão muito forte com Isolde, as palavras dela fazia uma raiva excruciante crescer dentro de Drystan.

"Ele não é digno de você, mas mesmo um rato pode oferecer um lugar melhor que a família de seu pai."

Sabia que havia sido uma mulher, mas ela estava embaçada em suas lembranças.

Drystan negou com a cabeça.

-Lembro que não trocamos mais de meia conversa nesses últimos cinco anos. –A porta se abriu e Marcus entrou com roupas na mão, sua presença era como um banho de água fria, seu aspecto fantasmagórico e sombrio parecia dominar o lugar. –Você foi forçada a casar comigo não só para fugir de alguém, como também uma forma de sua família lhe envergonhar.

Isolde começou a digerir as palavras, sem saber como responde-las.

-Eu lembro de uma vez estar andando sobre os corredores da mansão. –Era como se tivesse realmente vivido, lembrou da sensação do seu antigo eu, sentia dor em cada passo que dava, cada respiração fazia seus pulmões queimarem, naquele dia o antigo Drystan queria ter uma conversa com suas duas esposas, saber mais sobre elas, foi necessário semanas de coragem para fazer aquilo. Viu Isolde em seu resplendor, usando a mesma roupa que a atual, estava conversando com Isabella, mas ela estava completamente embaçada.

"Então é assim que vai jogar seu deus de bosta, até disso eu vou ter que ir atrás?" –Pensou Drystan com raiva.

-Estava conversando com Isabella, eu entendo o descontentamento de ser forçado a casar com alguém, principalmente com alguém desconhecido, foi assustador para mim também. –Marcus mantinha o semblante de indiferença, ele apenas se aproximou de Drystan -que estava ao lado da cama-, e começou a desmanchar as roupas que havia trazido, enquanto Drystan falava, o mordomo ajudou seu lord a se vestir, tudo isso na frente de Isolde.

-Mas o que mais me doeu foi saber o quanto vocês se sentiam humilhadas por casar com um homem ao qual não tinha força, influência ou riquezas. Infelizmente não sei como anda o mundo lá fora, cuidarei disso depois. Lembro de Isabella dizer que queria que eu morresse logo para casar com alguém mais digno, que até para uma humilhação, aquilo era demais, você não falou nada, porém vi você assentir.

Cada palavra era como um tapa em Isolde, aquilo fazia tanto tempo que nem lembrava direito, só sabia que estava com raiva do pai naquele dia, ele havia enviado uma carta para ela naquela tarde, Isabella havia acabado de chegar, ainda estava com o sangue quente por ter sido forçada a sair de seu clã.

-Muito bem, Isolde Morvellan. Farei você se orgulhar de usar o sobrenome Virforce, se você vai me ajudar a conquistar esse feito, bom, depende de você. -Drystan caminhou até Isolde, ele não lembrava de ter tirado o lençol e colocando uma roupa de baixo, estava concentrado demais nas lembranças daquele antigo garoto.

Ele começou a caminha e a princípio Isolde achou que ele pararia na frente dela, mas apenas passou do lado dela e seguiu para fora do quarto, Marcus o seguiu, e assim que passou fechou as portas. Deixando um silêncio gritante e uma mulher pasma com o que ouviu.

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