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Chapter 42 - The Corridor — Daniel Meets Snape

O Corredor — Daniel encontra Snape

As tochas que ladeavam as paredes de pedra tremeluziam enquanto Daniel caminhava pelo corredor escuro, o casaco arrastando-se atrás dele como uma sombra viva, o leve aroma da morte pairando no ar ao seu redor. Os alunos o evitavam instintivamente, como se algo primitivo lhes dissesse para se manterem afastados.

Na penumbra à frente, Severus Snape estava encostado na parede, braços cruzados, olhos negros penetrantes e ilegíveis.

Daniel parou a alguns metros de distância, com a expressão calma e a voz suave como seda, mas pesada como uma lápide.

"Ensine-os a preparar poções que podem salvar suas vidas, Snape", ordenou Daniel, sem pedir. "Não poções do amor... não brincadeiras infantis... mas armas de verdade. Antídotos para venenos. Elixires para quebrar maldições. Quero-os prontos para a guerra, não para alguma peça ridícula da escola."

O rosto de Snape se contraiu levemente, sempre uma máscara composta de sarcasmo e desdém controlado.

"Você espera que crianças se tornem soldados da noite para o dia?", Snape retrucou, em voz baixa, quase divertido.

Os olhos de Daniel escureceram, sombras subindo pela pedra atrás dele.

"Espero que eles sobrevivam a Voldemort", respondeu Daniel friamente, com um tom monótono e implacável. "E que não traiam seus amigos, pais... irmãos."

Uma pausa.

Daniel se aproximou, e sua voz adquiriu uma suavidade perigosa.

"Você sabe o que eu sou" , acrescentou, o olhar penetrando a alma de Snape. "E você sabe por que estou aqui... Proteja-o, Severo."

O maxilar de Snape se apertou levemente.

"Você a amava", afirmou Daniel, sem uma pergunta, apenas um fato nítido como vidro quebrado. "Proteja a criança pela qual ela morreu. Esqueça a arrogância do pai dele, esqueça seus rancores. Olhe para o menino como ele é: um legado que vale a pena proteger."

O corredor ficou em silêncio, apenas o leve crepitar das tochas ecoando no vazio.

Antes que Snape pudesse responder, o eco de passos firmes se aproximou.

Alvo Dumbledore , com as vestes esvoaçantes e os olhos brilhando com aquele calor falso, apareceu.

"Você não pode dar aulas desse jeito, Daniel", começou Dumbledore, com a voz calma, mas com um leve toque de autoridade. "Essa... brutalidade, essa franqueza... Hogwarts não é um campo de batalha."

Os olhos de Daniel se estreitaram e um brilho predatório surgiu.

"Você realmente quer debater comigo, Alvo?" ele perguntou, com a voz cheia de ameaça silenciosa e diversão.

Dumbledore hesitou.

A mão de Daniel se levantou casualmente, sombras se contorcendo em seus dedos como cobras.

"Vamos acabar com essa discussão", Daniel ofereceu com falsa polidez, dando um passo à frente.

A outra mão se moveu sem esforço, conjurando um objeto vermelho brilhante entre elas, cristalino e perfeito.

A Pedra Filosofal.

Perfeito. Intocado pela imperfeita habilidade humana de Nicolas Flamel.

A voz de Daniel era gelo.

"Isto", ele gesticulou para a pedra flutuando entre eles, "é a perfeição. Não aquela bugiganga defeituosa à qual Flamel se apega."

Seus olhos se voltaram para Dumbledore, afiados como lâminas.

"Qual o sentido da imortalidade se você ainda se transforma em uma casca velha?"

Os olhos de Snape se arregalaram por um breve segundo. A expressão de Dumbledore vacilou.

Daniel esmagou a Pedra Filosofal perfeita entre os dedos — os fragmentos se transformaram em pó, desaparecendo no nada.

"Pare de colocar cachorros peludos em quartos trancados com pedras falsas, Alvo", Daniel concluiu friamente. "Você não está enganando ninguém."

A boca de Dumbledore se abriu, mas as palavras seguintes de Daniel silenciaram o ar.

"E em breve visitarei a família dele", acrescentou Daniel, com a voz mais grave e sombria. "Eles estão na minha lista."

Uma pausa.

"Você pode pensar que estou protegendo Harry por motivos sentimentais", concluiu Daniel, o casaco esvoaçando enquanto se virava. "Mas eu cumpro minhas promessas... ao contrário da maioria dos mortais."

Sua silhueta desapareceu nas sombras, deixando Snape pálido, Dumbledore sem palavras e o corredor de pedra mais frio que a própria morte.

O Grande Salão — O Banquete das Sombras

O Grande Salão de Hogwarts estava barulhento, vibrante com a tagarelice dos alunos, o tilintar de taças, o farfalhar das vestes. Velas flutuantes pairavam acima, iluminando os infindáveis ​​estandartes das quatro Casas, todos orgulhosamente tremulando.

Mas então a atmosfera mudou.

Uma mudança sutil — como se o oxigênio estivesse sendo drenado do ambiente, como se as próprias paredes exalassem um aviso que ninguém conseguia explicar.

As tochas diminuíram de intensidade. A temperatura caiu.

Os olhares se voltaram para a entrada principal enquanto passos pesados ​​ecoavam pelo chão de mármore.

A morte havia chegado.

Daniel entrou no salão, com seu longo casaco preto — não uma capa infantil de bruxo, mas uma vestimenta feita sob medida, fria e letal — arrastando-se atrás dele como um cortejo fúnebre. Sua presença devorava o calor do ambiente. O mais tênue contorno de Ceifadores cintilava nas sombras projetadas por sua forma, visível apenas para aqueles sensíveis o suficiente para vislumbrar além do véu.

Sussurros surgiram instantaneamente.

"Que é aquele?"

"Ele não é... um professor... é?"

"Por que parece... mais frio?"

Até mesmo os fantasmas que pairavam ao longo das paredes pararam, suas formas translúcidas encolhendo conforme Daniel se aproximava.

Na Mesa Principal, os professores se remexeram, desconfortáveis. Os olhos de McGonagall se estreitaram com uma suspeita silenciosa, Flitwick congelou no meio do gole, e até Hagrid, imponente e normalmente despreocupado, desviou o olhar com um arrepio.

Severus Snape, no entanto, apenas deu um sorriso fraco — sabendo exatamente o que caminhava ao lado deles agora.

Alvo Dumbledore permaneceu de pé, com uma expressão calma, embora um leve brilho de cautela dançasse por trás daqueles antigos olhos azuis.

Daniel chegou ao centro do salão. Sua voz, baixa e cortante como um bisturi, cortou o barulho.

"Continue seu banquete", disse Daniel friamente, olhando para o mar de alunos de olhos arregalados. "Finja que não sente... Finja que seus instintos não estão gritando que eu não pertenço."

Uma pausa.

Seus olhos, mais escuros que o esquecimento, varreram a sala. Sonserinos se enrijeceram, corvinais sussurraram, lufanos empalideceram e até os mais ousados ​​grifinórios se aquietaram.

O olhar de Daniel se fixou brevemente em Harry, sentado à mesa da Grifinória — calmo, sereno, maduro demais para a sua idade. O único que não se abalou.

"Vocês todos me conhecem por outro nome", continuou Daniel, com aquele sorriso sutil nos lábios. "A maioria o teme... outros o adoram... alguns tentam fugir dele."

Um momento de silêncio.

"Morte", ele concluiu simplesmente. "Seu novo professor."

Suspiros percorreram o salão. Alguns riram nervosamente, achando que era uma piada de mau gosto. Outros trocaram olhares de pânico.

Daniel foi em direção à Mesa Principal, passando por Dumbledore com um aceno leve e deliberado — aquela tensão silenciosa pairando entre eles.

Enquanto ele se sentava ao lado de Snape, as sombras ao redor dele pareciam pulsar, como se o próprio salão recuasse.

Os alunos continuaram comendo, mas agora mais devagar, cautelosos, cada olhar lançado em direção à figura negra no início do corredor.

O Chapéu Seletor, descansando silenciosamente perto de Dumbledore, abriu um único olho bordado e murmurou, alto o suficiente apenas para os mais próximos ouvirem:

"A morte anda pelos corredores novamente... já faz séculos..."

Daniel não reagiu. Seus olhos perscrutavam o salão como um predador em meio ao gado.

E pela primeira vez na longa e arrogante história de Hogwarts... eles se lembraram da mortalidade.

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