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Chapter 5 - O esquisito

Era só mais uma noite comum. Eu estava deitada no meu quarto, luz baixa, fones no ouvido, assistindo pela milésima vez um episódio de TVD. Até que, do nada, meu celular vibrou. Uma notificação do Instagram. Mensagem de um menino que eu mal conhecia.

Na hora pensei:

"Como ele conseguiu meu @?!"

Mas logo lembrei que temos amigos em comum. Ok, nada tão misterioso assim... ou será que era?

Cliquei no perfil. Ele. O menino misterioso. Quieto, na dele, quase invisível nos rolês. Sempre me chamou atenção, mas nunca trocamos uma palavra. Só sabia que ele tinha dois amigos próximos — que por acaso também são meus amigos — e que, tirando isso, ele parecia um enigma ambulante.

Lindo. Aquele tipo de beleza que parece que saiu de um livro. E um olhar... difícil de descrever. Meio perigoso, meio perdido. Pronto. Já estava montando toda uma fanfic na minha cabeça.

A mensagem dele dizia:

— É aqui que falo com a engraçadinha?

Sorri. Ri de verdade. Respondi:

— É aqui mesmo. O que quer com ela?

A "engraçadinha" era eu, claro. Ele me apelidou assim depois de eu chamá-lo de esquisito uma vez — sem muita cerimônia. Ele era calado demais! E olha que eu também sou tímida, mas comparada a ele, sou quase uma apresentadora de TV.

Ele respondeu:

— Queria entender por que me chamou de esquisito. A gente tem tanta intimidade assim?

Na minha cabeça, um grito silencioso:

"Ui ui, ele é todo sério. Amei."

Respondi:

— Ainda não temos, mas eu só falei a verdade... você realmente é bem esquisito.

Ele, seco:

— Pois bem. Não me chame mais assim. Não gostei.

A vontade de provocar só aumentou. Ele era todo certinho, e isso só me instigava mais.

— Ah, é? Vai ser fácil assim? Se quiser que eu pare, vai ter que se esforçar mais, esquisito.

Ele digitou:

— Então quer que eu me esforce? Pois bem... aguarde. Eu vou te fazer parar.

— Pode tentar — respondi. — Só não sei se vai conseguir, haha.

— Engraçadinha você, né, Serena? Aposto que vou conseguir. Não há nada que eu não consiga.

— Espera... como sabe meu nome? — perguntei. — Pensei que não ligasse pra nada...

Ele respondeu:

— Seu amigo vive te chamando. Eu escuto mais do que você imagina.

E foi assim que começou.

Talvez não seja um conto de fadas. Mas, sinceramente? Tá começando a parecer um daqueles romances sobrenaturais que eu tanto amo. E quem sabe... talvez eu não precise ser apenas a espectadora dessa vez.

Talvez agora... eu seja a protagonista.

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